Rhinella icterica (Spix, 1824) - Sapo-cururu

    Chegou a vez deles: hora de desmistificar os sapos!
    Caracterizando um sapo: sapo é todo o anfíbio anuro que não possui discos adesivos nas pontas dos dedos (só quem possui é a perereca) e nem membranas interdigitais (entre os dedos, que somente as rãs possuem). Outra característica marcante são as muitas verrugas na pele e as duas glândulas paratóides, grandes, na lateral da cabeça. Sobre o hábito, geralmente, sapos são animais terrestres, enquanto rãs e pererecas são aquáticas e arborícolas. Sendo um sapo, o Rhinella icterica possui diversas verrugas, cada uma delas com potencial de liberar o muco contendo a toxina.
Rhinella icterica macho (Anura, Bufonidae)
Data: 04/09/2013
Getúlio Vargas, Rio Grande do Sul.
    O sapo-cururu talvez seja o maior anfíbio nativo da região. É um sapo deveras comum de se encontrar dentro das cidades e casas, especialmente em dias de chuva. Como todo o anfíbio anuro, eles amam umidade, pois sua pele sensível deve estar sempre umedecida, para evitar ressecamento. E, infelizmente, também é o sapo que mais sofre pela ação humana. 
    Quem nunca ouviu a frase "não toca ou ele vai fazer xixi nos seus olhos!"?
    Obviamente, este é mais um mito errôneo que o ser humano inventou sobre um animal pacífico. Na verdade, eles só irão liberar o muco tóxico se estressados, e apenas pelas glândulas de sua pele (vide foto acima, o veneno é aquele muco branco saindo da maior glândula que eles tem, a paratóide), não pela urina. Além de tudo, este veneno é leve, não fazendo mal aos seres humanos ou animais domésticos. Algumas pessoas, porém, apresentam irritação na pele após entrar em contato, mas esta é a única reação.
Rhinella icterica macho (Anura, Bufonidae)
Data: 04/09/2013
Getúlio Vargas, Rio Grande do Sul.
    Esta espécie tem um grande dimorfismo sexual. O macho é bem menor do que a fêmea, com cerca de 13cm. Também é completamente diferente na coloração, sendo todo castanho-alaranjado, sem manchas características. Como todo o anfíbio, o macho é o responsável pela vocalização. Ele possui um saco vocal na garganta, que se infla com a entrada do ar e reproduz o som, que pode variar conforme a utilidade do mesmo, podendo ser um som para acasalamento, alerta ou disputas com outros machos.
    Já a fêmea é bem maior, com cerca de 18cm. É toda manchada de preto, branco, cinza e castanho. Ela precisa ser maior para comportar os ovos dentro do corpo durante o período da reprodução.
Rhinella icterica fêmea (Anura, Bufonidae)
Data: 10/10/2014
Getúlio Vargas, Rio Grande do Sul.
    Apesar de todo o ódio que os humanos lançam a este animal, ele é muito útil para nós. É insetívoro, alimentando-se dos insetos na grama. Também alimenta-se de lesmas e caramujos, pragas em hortas. 
    Deste modo, ao ver um sapo, não jogue sal nele ou o bata com uma vassoura. Se ele entrar em sua casa, você pode, se quiser, pegá-lo nas mãos (é uma experiência única!) sem problemas, pois ele não lhe fará mal algum, e levá-lo para fora. 

Rothschildia aurota (Cramer, 1775) - Mariposa do espelho

Data: 01/10/2014
Passo Fundo, Rio Grande do Sul.
Data: 01/10/2014
Passo Fundo, Rio Grande do Sul.
    Grande e magnífica mariposa nativa, com envergadura de 13 a 16cm. Ventral e dorsalmente, as cores são, basicamente, em tons castanho-avermelhado, as asas sendo pontuadas na margem por círculos amarelo-queimado e com a borda salpicada de cor-de-rosa. Em ambos os pares há triângulos transparentes. Lateralmente, o abdome é listrado de branco com manchas castanhas. 
    Como todo membro da família Saturniidae, o macho possui antenas vistosas (pectinada ou bipectinada, ou seja, com "pelos" em ambos os lados), enquanto que as fêmeas possuem as antenas lisas.
    A espécie é passível de confusão com Rothschildia jacobaeae, também nativa, e que diferencia-se principalmente por possuir as áreas transparentes triangulares maiores no segundo par de asas.