Eupetomena macroura (Beija-flor-tesoura)

Eupetomena macroura (Apodiformes, Trochilidae)
Getúlio Vargas, Rio Grande do Sul.

    Assim que botei os olhos nesta ave, não parei mais de acompanhar. Residente de áreas litorâneas, iniciando-se em território catarinense e estendendo-se até meados do Ceará, achei muito estranho encontrar dois exemplares no meu jardim. Segundo registros do WikiAves, há algumas outras ocorrências aqui no estado, a maioria litorânea, mas há registros em Palmeiras das Missões, cidade próxima a Getúlio Vargas. 
    A primeira observação data do dia 22 de fevereiro, e prossegue até então. Ao pedir por informações quanto a esta ampliação de ocorrência, disseram-me que trata-se algo relativamente incomum, e que, muito provavelmente, era possível que eles fossem embora no inverno. Isto não ocorreu. Meu palpite é de que, como ele é um animal de áreas quentes e o planeta está sofrendo um grande aquecimento (prova disso é o inverno ameno no estado do Rio Grande do Sul, quando este deveria ser mais rigoroso), a espécie acabou por expandir-se para além de seus limites territoriais, e pode acabar fixando residência por aqui, tornando-se cada vez mais comum.
Eupetomena macroura (Apodiformes, Trochilidae)
Getúlio Vargas, Rio Grande do Sul.
    É um beija-flor grande em tamanho corporal, parecendo ainda maior devido ao comprimento das penas da cauda (retrízes), sempre em formato de tesoura. Sua coloração é esverdeada nas penas corporais (tetrízes) e coberteiras, e azul-escuro no pescoço, cabeça e penas da asa (rêmiges secundárias e primárias) e cauda. Não há dimorfismo sexual aparente, apenas em comparação lado-a-lado e na presença de boa luminosidade pode-se notar que o macho é mais brilhante do que a fêmea. O jovem é menor, possui as retrízes visivelmente mais curtas e a cabeça manchada de castanho.

Eupetomena macroura jovem (Apodiformes, Trochilidae)
Getúlio Vargas, Rio Grande do Sul.

    É uma ave extremamente territorialista, e tenho presenciados diversos confrontos entre eles e o Leucochloris albicollis (beija-flor-de-papo-branco), que é igualmente territorial. Creio que, como esta espécie é nova na região, esteja havendo uma batalha interespecífica para definir quem será o dono fixo do local. Canta para demarcar território e atrair um parceiro.

 Eupetomena macroura cantando
Getúlio Vargas, Rio Grande do Sul.

Nenhum comentário:

Postar um comentário