Tadarida brasiliensis (Morcego)

    Chegou a hora de desmistificar os morcegos! 
    Não, eles não são cegos.
    Não são ratos ou qualquer tipo de roedor. São, simplesmente, morcegos!
    Como qualquer outro animal silvestre, ele pode, sim, transmitir doenças.
   Sim, algumas espécies alimentam-se de sangue (hematófagos), mas apenas os morcegos-vampiros da família Phyllostomidae (temos apenas três espécies nativas das Américas), os quais alimentam-se através de mordidas ou feridas em animais grandes como capivaras, vacas e cavalos. Na verdade, a grande maioria dos morcegos alimenta-se de insetos, frutos e, acredite se quiser, néctar!

Tadarida brasiliensis (Chiroptera, Molossidae)
Getúlio Vargas, Rio Grande do Sul.
    O Tadarida brasiliensis é a espécie mais comum do país. Insetívoro, não representa qualquer mal para o ser humano, a não ser em casos de doenças que podem ser transmitidas por suas fezes (guano). Ele é pequeno, cabe na palma da mão. Sua característica principal para identificação é a cauda com membrana grudada nas patinhas (característica principal da família Molossidae).
Cauda de Tadarida brasiliensis (Chiroptera, Molossidae)
Getúlio Vargas, Rio Grande do Sul.
    Como outros morcegos, a asa é membranosa e possui cinco dedos, sendo que um deles, o polegar, é pequeno e utilizado para auxiliar na locomoção dentro de cavernas, agarrando as pedras, ou pelo chão, para dar impulso. Em determinada época do ano, mais precisamente no inverno, juntam-se e voam em grandes migrações para regiões mais quentes, retornando no verão seguinte.
Detalhe da asa de Tadarida brasiliensis (Chiroptera, Molossidae)
Getúlio Vargas, Rio Grande do Sul.

    As patinhas traseiras também possuem cinco dedos e unhas fortes, feitas para agarrar nas pedras e em galhos. Como outros morcegos, é uma espécie que dorme dependurada, de cabeça para baixo, e em grandes grupos.

Detalhe da pata de Tadarida brasiliensis (Chiroptera, Molossidae)
Getúlio Vargas, Rio Grande do Sul
    As orelhas são grandes, pois estes animais utilizam-se da ecolocalização enquanto voam. Como dito anteriormente, eles não são cegos, mas necessitam emitir um som em ondas que, ao tocar no alimento (por exemplo, uma mariposa em pleno voo), retorna quase no mesmo instante e é captada pelas orelhas. Desde modo, o morcego sabe exatamente onde está a sua presa e pode se alimentar.
Tadarida brasiliensis (Chiroptera, Molossidae)
Getúlio Vargas, Rio Grande do Sul.
    Encontrei esse pequenino paradinho do lado de fora da minha casa no começo do ano de 2013. Era um macho e estava muito fraquinho, mal se movia. Levei ao Hospital Veterinário da Universidade de Passo Fundo onde ficou em tratamento por uma semana feito pelo Grupo de Estudos de Animais Silvestres (GEAS), mas acabou vindo a óbito. A veterinária Michelli Ataide disse suspeitar que ele estivesse contaminado por produtos químicos utilizados para matar insetos ou espantar os morcegos de dentro das casas.
    Isso é, realmente, muito triste e decepcionante. Como sempre, os humanos, visando o próprio conforto, se enchem de repelentes, colocam naftalinas dentro de casa, e se drogam com os agrotóxicos presentes nos alimentos. E quem mais sofre com tudo isso é a fauna e a flora, que nada tem a ver com nossos caprichos, mas que pagam o preço no final.
Tadarida brasiliensis (Chiroptera, Molossidae)
Getúlio Vargas, Rio Grande do Sul.

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